Maioria dos
links e aplicativos maliciosos tentam forçar usuários a “curtir” páginas na
rede social para roubar dados pessoais
ou vender produtos falsos
Com quase 1
bilhão de usuários conectados, o Facebook se tornou um dos alvos prediletos dos
cibercriminosos para disseminar links e aplicativos maliciosos. Apesar do
alcance menor, o Twitter também figura entre as redes sociais mais usadas para
golpes virtuais. Novos dados da Symantec, apresentados durante evento da
empresa em San Francisco, mostram que mais de 10,4 milhões de golpes virtuais
por meio de redes sociais foram detectados entre maio de 2011 e maio de 2012 em
todo o mundo.
GOLPISTAS VENDEM LIKES NO FACEBOOK
Os ataques
por meio de redes sociais aumentaram, de acordo com Gerry Egan, diretor de
gestão de
produtos da Symantec, porque a disseminação é mais rápida por meio destes
sites. “Os
usuários clicam porque confiam no amigo que publicou o link automaticamente
após cair
no golpe”, diz Egan. Por conta do nível de confiança entre os usuários, a
maioria
dos ataques
“viraliza” em poucos dias.
Vídeos são
usados como isca para induzir usuários a curtir páginas do Facebook. Um exemplo
é um golpe brasileiro no Facebook que oferece links como “Mude a cor do seu
perfil” para roubar dados de acesso e se disseminou na rede social em poucos dias.
Detectado pela empresa de antivírus Kaspersky, este golpe é utilizado por
cibercriminosos brasileiros para controlar o perfil dos usuários e vender
pacotes de “likes” para empresas por até R$ 3,6 mil.
LINKS MALICIOSOS
No ranking
de golpes virtuais por meio de sites de relacionamento, o primeiro lugar fica
com
os ataques
compartilhados manualmente. Os cibercriminosos criam perfis falsos em redes
sociais e
adicionam centenas de usuários como amigos. Depois de aceitos por boa parte das
pessoas,
eles começam a publicar mensagens com links para promoções ou para assistir
vídeos
exclusivos.
No período analisado pela Symantec foram registrados 5,4 milhões de ataques
deste tipo
em redes sociais.
“Ao acessar
a página maliciosa, o usuário é orientado a clicar no botão ‘Curtir’ para ver o
vídeo
e
compartilha o golpe com os amigos”, diz Nishant Doshi, arquiteto de tecnologia
de segurança
da
Symantec.
Em segundo
lugar aparece um novo tipo de golpe, usado para obrigar o usuário a “curtir”
uma página,
sem saber. Ao clicar em um link que indica um vídeo exclusivo, por exemplo, o
internauta
é levado a uma página com um código do tipo “captcha”, geralmente usado para
confirmar
se uma pessoa ou um robô está acessando o site. Neste ponto, o usuário pode se
arrepender
de ter acessado o link, mas ao clicar em qualquer local, terá curtido a página.
“Trata-se
de uma camada de software desenvolvida com base na API do Facebook que
interpreta o clique em qualquer local como um ‘curtir’”, explica Doshi. Em
alguns golpes, os cibercriminosos coletam “likes” até mesmo se o usuário tentar
fechar o navegador após entrar na página maliciosa.

PROBLEMAS DA WEB
Entre os
outros golpes mais populares durante o último ano, a Symantec também aponta os
links para
páginas que pedem que o internauta copie e cole um trecho de código javascript
na barra de
pesquisa do navegador. Ao executar este código, o cibercriminoso pode disparar
mensagens
por meio do perfil do usuário, sem o seu consentimento. A instalação de
plug-ins
(complementos)
no navegador continua em alta, assim como a venda falsa de produtos.
A culpa
pelo crescimento do número de ataques, segundo a Symantec, não é do Facebook,
apesar de
os cibercriminosos usarem, em alguns golpes, as interfaces de programação de
aplicativos
(APIs) fornecidas pela rede social. “É um problema genérico da web. Essas APIs
podem ser
colocadas em qualquer lugar e, por isso, é fácil criar aplicações ilegítimas”,
diz
Doshi.