Derrota na final do vôlei foi um dos reveses dolorosos dos Jogos de Londres
O Brasil
encerrou neste domingo a participação nos Jogos Olímpicos de Londres com um
recorde histórico. As 17 medalhas conquistadas pelos atletas da delegação são
eternizadas para representar o que foi a melhor campanha do País em uma
Olimpíada na história, se computada apenas a soma geral das condecorações
obtidas. Pois, mesmo com a nova marca, os brasileiros também deixam o Reino
Unido com derrotas dolorosas na bagagem, que evitaram que o recorde de ouros
nacional também fosse batido.
Com o
bronze de Yane Marques no pentatlo - um feito inédito ao esporte brasileiro -
obtido na manhã deste domingo, o Brasil computou 17 medalhas em Londres. Foram,
ao todo, outros oito terceiros lugares no pódio, mais cinco condecorações de
prata e três de ouro, que no fim deixaram a sensação de que poderia ter sido
ultrapassada a marca de cinco títulos da Olimpíada de Atenas, em 2004.
Com o fim
dos Jogos de Londres, a edição mais "dourada" da delegação brasileira
continua sendo a de 2004. Em território grego, o País conquistou cinco ouros:
Rodrigo Pessoa (hipismo: saltos individual); Ricardo e Emanuel (vôlei de
praia); Seleção masculina de vôlei; Robert Scheidt (vela: classe Laser) e
Torben Grael e Marcelo Ferreira (vela: classe Star).
Na atual
edição olímpica, o País faturou três ouros: com Arthur Zanetti, nas argolas da
ginástica, com Sarah Menezes, no judô, ainda no primeiro dia de disputa, e
também com o espetacular time de vôlei feminino, que espantou o mundo ao virar
contra os Estados Unidos na decisão, dar show e se sagrar bicampeão, depois de
vitória histórica contra a Rússia nas quartas de final salvando seis match
points.
Com 17
pódios assegurados na Olimpíada de Londres 2012, o Brasil alcançou a meta do
Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que esperava conquistar ao menos 15 medalhas,
independentemente da cor e repetindo as campanhas de Pequim 2008 e Atlanta
1996.
A principal
surpresa foi o boxe, que não subia ao pódio desde o bronze de Servílio de Jesus
em 1968 e ganhou desta vez dois bronzes (Yamaguchi Falcão e Adriana Araújo) e
uma prata (Esquiva Falcão).
Derrotas dolorosas evitaram mais ouros
O Brasil
viajou a Londres com algumas medalhas de ouro consideradas certas pelo público.
Como no vôlei de praia, com Alison e Emanuel e Juliana e Larissa. Mas a
primeira dupla sucumbiu na decisão e acabou com a prata, enquanto as meninas
foram apenas bronze depois de derrota precoce na semi. Ambos eram favoritos por
possuírem os rótulos de atuais campeões mundiais.
Já no vôlei
masculino a situação foi parecida. A equipe de Bernardinho, nove vezes campeã
da Liga Mundial e duas vezes finalista seguida da Olimpíada, foi a Londres em baixa
após campanha fraca neste ano, mas com o rótulo de favorita devido ao passado.
E só decepcionou na decisão, quando teve um "apagão" memorável e
perdeu uma partida que vencia por 2 sets a 0, e com 20/17 no terceiro quadro
contra a Rússia.
A situação
foi parecida no futebol. O milionário time comandado por Neymar, Lucas, Pato,
Hulk, Oscar, Damião, Paulo Henrique Ganso e companhia até foi bem nas primeiras
cinco partidas, quando marcou 15 gols e foi à final com 100% de aproveitamento.
Mas ainda não foi dessa vez que o Brasil faturou o sonhado ouro no esporte, uma
vez que a equipe vacilou contra o México na última partida, perdeu por 2 a 1 e
ficou com a prata, pouco para uma Seleção tão badalada.
Para
completar, o fracasso de Cesar Cielo nas provas dos 50 m e 100 m livre foram um
dos principais pontos negativos do Brasil na Olimpíada. Recordista mundial e
ouro em Pequim na primeira disputa, ele ficou com decepcionante terceiro lugar
no pódio, enquanto sequer ficou entre os três primeiros na segunda prova, em
que havia sido bronze há quatro anos.
Além dele,
Leandro Guilheiro e Mayra Aguiar eram favoritos ao ouro no judô, mas
fracassaram. Enquanto o brasileiro não foi capaz de subir ao pódio, a atleta do
País arrebatou um modesto bronze. Já na vela, outro esporte em que o Brasil é
tradicional nos Jogos, Robert Scheidt e Bruno Prada foram medalhistas de
bronze, sem repetir os sucessos recentes.