Facebook foi o maior responsável pela participação nas manifestações e acena com grande influência para as eleições deste ano.
As redes sociais têm assumido um papel cada vez mais importante e
influente em todo o mundo. Se, nos Estados Unidos, foi ferramenta
fundamental para a eleição do presidente Barack Obama e, no Egito,
instrumento imprescindível para o movimento que pôs fim ao regime
ditatorial de Hosni Mubarak, no Brasil, elas também cumprem função
bastante relevante, consideradas como o principal meio de articulação da
sociedade para a realização das inúmeras manifestações populares que
ocorreram no país em junho passado.
A maioria das pessoas que
participou das recentes manifestações – 60,7% – tomou conhecimento por
meio do Facebook, de acordo com a 114ª pesquisa CNT/MDA. Bem mais atrás,
situam-se sites de notícias, com 38,5%, WhatsApp, 3,3%, E-mail, 2,5%,
SMS, 2,5%, e outras redes sociais, como Twitter, 2,5%, e Instagram,
1,3%.
Segundo o presidente da Confederação Nacional do
Transporte (CNT), senador Clésio Andrade, isso reflete uma mudança de
paradigma. “A gente percebe que o marketing nas redes sociais, por meio
das próprias pessoas, tem um peso muito superior ao marketing
tradicional”, afirma. Para ele, as redes sociais continuarão com forte
atuação.
Outro dado importante é que 62,1% dos entrevistados
acreditam que os protestos continuarão nas ruas e nas redes sociais.
Além disso, 79,2% consideram as redes sociais muito influentes para a
formação da opinião pública. Apenas 9,8% acham que são pouco influentes e
menos ainda, 2,9%, pensam que as redes sociais não influenciam.
Numa projeção para as eleições presidenciais de 2014, novamente grande
parte da população, 64,9%, avalia que tanto os protestos das ruas como
os das redes sociais vão interferir na decisão do eleitor. Uma pequena
parcela, 7,7%, acha que não vai influenciar nas eleições.
Hoje,
no Brasil, de acordo com a pesquisa, 20,2% utilizam computador e
internet em casa e no trabalho. Mais da metade, 62,7%, tem computador em
casa e 37,3% acessam a internet diariamente. Em relação aos blogs de
notícias, fonte alternativa de informação, 23,5% disseram acessar
sempre. Quase metade dos entrevistados, 46,2% respondeu ter ou acessar o
Facebook. Entre as redes sociais, o Facebook é, portanto, a rede social
mais utilizada hoje no país.
Para Clésio Andrade, as redes
sociais representam hoje um “novo marketing”. Segundo ele, as pessoas
que não participaram dos protestos nas ruas participam de alguma forma
das manifestações nas redes sociais.
O levantamento apontou que
84,3% das pessoas aprovaram os protestos nas ruas e que 11,9%
participaram, de fato, das manifestações. Outros 29,7% responderam não
ter participado, mas que têm intenção de participar. Mas 58% disseram
não ter participado e não ter a intenção de se integrar aos protestos.
Ana Rita Gondim/Agência CNT de Notícias