Excelente texto publicado na VIP pela Psicóloga clínica e
terapeuta sexual Ana Canosa.
Primeira definição de
“virtual” no dicionário Aurélio:
“Que não existe no
momento, mas pode vir a existir; potencial”.
Em se tratando de
sexualidade, muita coisa pode vir a ser – especialmente no mundo virtual dos
computadores: desde o sexo com as amigas do Facebook até mesmo as casadas
cadastradas em sites de traição prontas para relações extraconjugais. Não há
limites: você procura sadomasoquismo?
Tem. Fetichismo? Tem. Dentrofilia (só chegar ao orgasmo se
esfregando em árvores)? Tem também. Você procura pornografia? A internet é um
mundo, ou melhor, um universo! Mas entre o desejo e o sexo virtual existe uma
realidade emocional que muitas vezes nem é percebida e pode ser muito
prejudicial. Atenção aos sinais.
MAIS PORNÔ MENOS
VONTADE
Tá tudo muito fácil. Você nem precisa ir a uma banca de
jornal ou locadora de vídeo, recurso usado antigamente para alimentar seu
apetite visual. Agora você pode, a qualquer momento em que seu desejo sexual
desponte, clicar algum link e alimentá-lo.
Fica tão a mão que à noite, ao chegar em casa, você nem tem
vontade de transar. Há uma série de pessoas que estão “trocando” o sexo real
pelo estímulo fácil do virtual. Se fizer sexo com a parceira tendo que negociar
práticas lhe dá uma preguiça enorme, mau sinal, querido! Melhor é se
desconectar e reiniciar o seu programa. Com alguém de carne e osso.
SEU MONSTRO
CIBERNÉTICO
Acessar a rede como um lugar no espaço sem restrições é
estimular seus sentidos a navegar livremente. E isso pode despertar
curiosidades e desejos que você nem imaginava ter. Ou que tinha medo de
assumir. Se por um lado agora você sente que está livre e encontra muitas
outras pessoas com quem partilhar práticas sexuais, digamos, nada ortodoxas,
por outro terá que afinar sua censura para aquilo que é ilegal ou antiético. Eu
sempre digo: cuidado com o monstro que habita dentro do seu ser. Conheça-o, mas
não o alimente!
NADA É COMO PARECE
Ela pode ser bonita e interessante pela foto e pelas coisas
que escreve, mas não ser exatamente assim ao vivo e em cores. Mas você também
não é, convenhamos. O fato é que há muita idealização, e lidar com as possíveis
frustrações é importante para você não começar a desacreditar no poder da sedução
e na capacidade de encontrar alguém para se relacionar para além do seu ideal
visual. Se as redes sociais aproximam as pessoas, também pode fazer das
relações uma superficialidade sem fim. Cuide-se para não virar um robô!