Imagens Gil Leonardi/Imprensa MG
Com
investimentos de R$ 420 milhões, planta industrial se prepara para desenvolver
helicóptero 100% nacional.
O
governador Antonio Anastasia participou, nesta terça-feira (02), em Itajubá, no
Sul de Minas, da cerimônia oficial de inauguração da nova fábrica da Helibras,
um investimento de R$ 420 milhões, com geração de mais de 400 empregos diretos.
A expansão
possibilitará à Helibras por em prática o plano de lançar um helicóptero 100%
nacional até 2020, se transformando na “Embraer de asas rotativas”. Graças ao
acordo firmado em 2008 entre a empresa, o Governo de Minas e o Ministério da
Defesa, a empresa produzirá 50 helicópteros militares EC725, que servirão às
Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica).
O contrato
com o Governo Federal, no valor de 1,9 bilhão de euros (R$ 5 bilhões), já está
em execução e prevê que 50% dos componentes tenham conteúdo nacional, com a
transferência tecnológica. Segundo a empresa, a versão civil do EC725, chamada
de EC225, utilizado principalmente pelo setor de petróleo, e o AS350 Esquilo, o
único helicóptero produzido no país até a chegada da nova planta, também serão fabricados
em Itajubá.
Com o
projeto, a região também atrairá fornecedores de componentes para a fabricação
das aeronaves. Quatorze já assinaram contrato com a Helibras.
EMPREGOS DE
QUALIDADE
O
governador Anastasia afirmou que a inauguração da nova fábrica da Helibras é um
fato histórico que precisa ser celebrado por todos os mineiros e brasileiros,
porque significa o desenvolvimento de um setor de alta demanda tecnológica e a
geração de empregos.
“Esta
inauguração é muito importante para Minas Gerais e o Brasil. Estamos fazendo
aqui helicópteros para as Forças Armadas e para a aviação civil. Isto significa
agregação de valor, desenvolvimento e, fundamentalmente, a geração de empregos
de qualidade para os mineiros. Num futuro próximo, teremos, aqui em Itajubá, a
fabricação completa do helicóptero, desde seu projeto e concepção até a
execução física, o que é muito positivo em uma indústria de altíssimo valor
tecnológico, como o setor aeronáutico”, disse o governador.
Com os
investimentos, a Helibras passou de 260 funcionários, em 2008, para 710, em
2012. Apenas o quadro de pessoal do setor de engenharia passou de nove para 70
engenheiros. A expectativa é de que, em 2015, o número de empregos chegue a
mil.
A Helibras
é a única fábrica de helicópteros da América Latina. O Governo de Minas,
através da MGI Participações, detém 16,04% das ações. Os outros sócios da
empresa são os grupos Eurocopter (majoritário) e Bueninvest.
AEROPORTO
DE ITAJUBÁ
Antonio
Anastasia anunciou, durante o pronunciamento, que o Governo de Minas, por meio
da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), irá lançar, no
próximo ano, a licitação para a construção do aeroporto de Itajubá, um
investimento de cerca de R$ 100 milhões, dentro do Programa Aeroportuário de
Minas Gerais (ProAero), que recebeu R$ 266 milhões do Governo de Minas, desde
2003.
“O projeto
(de engenharia) já está pronto. Pretendemos fazer a licitação da obra no início
do ano que vem. Apesar de ser uma obra complexa, espero concluir e inaugurar o
aeroporto até o fim de 2014. Este grande investimento servirá a Itajubá e à
região, que com a expansão da Helibras e com a vinda de outras empresas, terá
um grande impulso em seu desenvolvimento”, disse.
Certificação Internacional
O
presidente da Eurocopter, Lutz Bertling, disse em seu discurso que o Centro de
Engenharia da Helibras em Itajubá recebeu recentemente certificado de nível 1,
pela Eurocopter, o que elevou a empresa ao quarto pilar de engenharia do grupo,
juntamente com a França, a Alemanha e a Espanha.
“Com a
expansão e a capacitação da Helibras, estamos prontos para iniciar
entendimentos com as mais altas autoridades brasileiras para avaliarmos as
possibilidades para o futuro desenvolvimento e construção de um helicóptero
brasileiro”, disse o CEO da Eurocopter.
TRANSFERÊNCIA
DE TECNOLOGIA
A expansão
transformará Itajubá em novo polo aeronáutico do país. O contrato com as Forças
Armadas prevê a transferência de tecnologia para empresas e profissionais em
atividade no país, com no mínimo 50% de conteúdo nacional embarcado.
Na prática,
essa transferência de tecnologia já começou. No início da produção das
aeronaves EC725, ainda na sede da Eurocopter, em Marignane (França), um grupo
de mecânicos e de militares acompanhou todo o processo de produção das
primeiras unidades, entregues em dezembro de 2010.
Cerca de 40
técnicos franceses estiveram no Brasil para acompanhar a transferência de
conhecimento. A Helibras também enviou 100 funcionários para adquirir
experiência com o processo “on the job training”, no qual o funcionário
participa de todas as etapas de produção. Este processo de transferência de
tecnologia vai permitir que a empresa, até 2020, adquira o know-how necessário
para conceber, projetar e produzir um helicóptero no Brasil.
FORNECEDORES
SERÃO BRASILEIROS
Além dos
necessários treinamentos, a fabricação de partes, peças e o desenvolvimento de
sistemas também serão dominados por fabricantes instalados no país. Até o
momento, a Helibras contratou 14 empresas para fornecimento de produtos e
serviços, destinados à fabricação das aeronaves, mas que, na prática, poderão
ser produzidos também para outras unidades do grupo Eurocopter, na condição de
fornecedores mundiais, e também para outras empresas do setor. Durante a
solenidade, foram assinados dois contratos para o fornecimento de blindagem e
para o desenvolvimento de sistema para o
EC725.
Também
participam da inauguração da nova fábrica da Helibras o governador da Bahia,
Jacques Wagner, os ministros Celso Amorim, da Defesa, e Fernando Pimentel, do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o presidente da Eurocopter, Lutz
Bertling, o presidente da Helibras, Eduardo Marson Ferreira, o chefe do
Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, General José Carlos de Nardi, os
secretários de Estado Bilac Pinto (Desenvolvimento Regional e Política Urbana)
e Narcio Rodrigues (Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), além de
empresários, políticos e funcionários da empresa.