O Air Force One, avião presidencial americano, pousou no
aeroporto de Pulkovo, perto da cidade russa, por volta das 14h05 locais (7h05
de Brasília). Ele chega após uma escala em Estocolmo, na Suécia, onde se reuniu
com o primeiro-ministro Fredrik Bernhardt na quarta (4).
Obama chega a São Petesburgo para cúpula do G20; americano é
criticado por defender ataque à Siria e espionagem
Após o encontro, Obama pediu à comunidade internacional que
não fique calada diante da "barbárie" na Síria. Também defendeu a
ação militar para que se mantenha credibilidade de todos os países que
assinaram o tratado de armas químicas da ONU o qual, para Washington, foi
violado pelo regime de Bashar al-Assad.
A intervenção ocidental seria uma retaliação ao regime
sírio, que passa por conflito armado contra rebeldes há dois anos e meio. Para
os americanos, as tropas do governo sírio fizeram um ataque com armas químicas
na periferia de Damasco, em 21 de agosto.
Segundo relatório da inteligência americana, a ação deixou
1.429 mortos, sendo 426 crianças, o que poderia ser o pior incidente com armas
químicas em 25 anos. Além dos Estados Unidos, a França, a Turquia e países do
golfo Pérsico, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuait, pretendem
compor a coalizão.
Nas reuniões do G20, destinadas inicialmente a temas
econômicos e financeiros, Obama deverá defender a intervenção e buscar apoio de
outros países, que resistem à ação armada. Também se reunirá com o francês
François Hollande, principal parceiro do grupo de países que deseja atacar a
Síria.
A maior oposição à ação armada virá do anfitrião Vladimir
Putin, contrário a qualquer intervenção militar no país árabe. Aliado do regime
sírio, o mandatário russo enviou uma missão para tentar dissuadir o Congresso
americano de votar a favor do ataque a Assad, embora esta tenha sido recusada
pelos legisladores.
A ação militar será avaliada pelos parlamentares na próxima
segunda (9), embora já tenha contado com o apoio da Comissão de Relações
Exteriores do Senado, do presidente da Câmara, John Boehmer, e dos líderes
democrata, Nancy Pelosi, e republicano, Eric Cantor.
ESPIONAGEM
O outro desafio de Obama será enfrentar as críticas contra o
esquema de espionagem de dados de internet e telefone feito pela Agência de
Segurança Nacional americana (NSA, em inglês). As medidas de inteligência foram
reveladas pelo ex-prestador de serviços da agência, Edward Snowden, asilado na
Rússia.
O asilo temporário de um ano concedido em agosto ao delator
criou uma crise diplomática entre os Estados Unidos e a Rússia, o que levou ao
cancelamento de uma reunião entre Putin e Obama.
Além da tensão com Moscou, Obama ainda deve enfrentar as
reclamações da chanceler alemã, Angela Merkel, e dos presidentes do Brasil,
Dilma Rousseff, e do México, Enrique Peña Nieto, que foram investigados pela
NSA.
O esquema revelado por Snowden foi publicado em junho pelos
jornais britânico "Guardian" e americano "Washington Post".
Os diversos programas da NSA permitiram a investigação de dados e conteúdo de
conversas entre milhões de pessoas em todo o mundo.
Na quarta, Obama afirmou que os Estados Unidos estão
revisando seus programas de espionagem, em parceria com a União Europeia. Ele
voltou a descartar que os dados de usuários que não apareçam em investigações
de terrorismo do governo americano tenham sido devassados.