segunda-feira, 30 de maio de 2011

QUEIJOS E VINHOS SEM ERRO

Acerte na produção de seu "queijos e vinhos", evento preferido do brasileiro em dias frios
Por Roberta Malta.
Nem todo vinho combina com queijo. Se quiser um tinto, prefira rótulos mais leves e frutados

“Que tal um 'queijos e vinhos' lá em casa?” Basta a temperatura cair um pouquinho, que a frase parece virar mantra. Em bares, clubes, salões de beleza... Só se fala nisso! É gostoso mesmo calçar botas e vestir o melhor casaco para tomar uma tacinha e comer gordurosos nacos de queijo com os amigos. Mas o que muita gente não sabe é que os dois itens, muitas vezes, não combinam entre si. Para ninguém precisar mudar de programa, a Vale Sul dá dicas para você organizar o evento sem cometer pecados gastronômicos nem se tornar um chato.

A primeira regra é relaxar. “É importante lembrar que o motivo do encontro é social, não de harmonização”, diz Mario Telles Jr, vice-presidente da ABS (Associação Brasileira de Sommeliers) de São Paulo. Portanto, nada de encher a mesa com uma taça para cada tipo de vinho. Além de pouco prática, a providência pode intimidar o convidado. “O melhor é usar taças do tipo ISO (International Standards Organization)”, afirma Mario. Esse é o copo coringa no mundo de Baco, pensado para comportar qualquer tipo de vinho. O especialista garante que a quantidade de taças disponível no mercado é muito mais marketing do que propriamente uma necessidade – claro, estamos falando de consumidores comuns e não de experts.

Invista nos vinhos brancos: a acidez da bebida ameniza a gordura dos queijos

Na hora de escolher o que vai à mesa, uma sugestão é optar pela combinação étnica. Em tese, produtos de determinada região têm afinidade natural com bebidas produzidas no mesmo terroir. Antes disso, porém, deve-se levar em consideração o fato de os tintos serem naturalmente perigosos no encontro com queijos. “Os mais fortes, por exemplo, ganham sabor metálico se consumidos com alguns tintos; e os de crosta florida, como brie e camembert, ficam amargos demais”, diz Mario. A saída é escolher rótulos mais leves, de sabor frutado como um Malbec da região de Mendoza, na Argentina, ou um Merlot, e caprichar na oferta de brancos, cuja acidez ameniza a gordura dos queijos.

Outra bebida benvinda nesse tipo de programa é o vinho de sobremesa, perfeito para os queijos azuis (roquefort e gorgonzola, por exemplo). Para completar a mesa, abuse dos tradicionais pães, frutas secas, mel, geleias, vinagres.

Harmonização descomplicada

Acertar o cardápio é meio caminho andado para a festinha ser sucesso. Com exclusividade para o Vale Sul, a sommèliere Daniela Bravin, do Ici Bistrô, em São Paulo, montou uma hamonização descomplicada de queijos e vinhos, só com itens fáceis de encontrar no mercado. Mas se alguém trouxer de presente a bebida errada, não se aperte. "Se o prazer do cara é dividir aquele vinho com os amigos, por que não servi-lo? ", diz ela. Nada mais deselegante, afinal, do que estragar a brincadeira.

Queijos fortes (roquefort e gorgonzola) com vinhos de sobremesa.

Queijos suaves (chèvre, emmental, gouda) com Chardonnay barricado do Novo Mundo.

Queijos cremosos (brie, camembert) com Riesling da Alsácia ou da Alemanha.

Queijos duros (parmesão, provolone) com Chianti clássico.