Por Renata de Camargo Menezes
Tabagismo:
ativo ou passivo, péssima opção!
Muitas
foram às críticas a respeito da proibição do tabaco em locais públicos. Em
geral, as alegações eram de que tal atitude infringia o direito à Liberdade
Humana.
O que se
desconhece é que tal proibição foi alicerçada em inúmeros estudos que mostraram
o grande impacto do cigarro sobre a Saúde Pública, com malefícios para a
população usuária e também para aqueles que passivamente inalam sua fumaça.
Você sabia
que uma hora de exposição passiva ao tabaco equivale a fumar ¼ de maço de
cigarros? Agora, multiplique isso por horas de inalação, como o que pode
acontecer com quem habita com um tabagista ou quem trabalha, por exemplo, num
recinto fechado, sem proibição do fumo. Não seria esta também uma imposição à
liberdade? Qual o meu direito de impor algo que prejudique a saúde de meu
semelhante?
O prejuízo
do tabaco a Saúde deve-se a seguinte fisiopatologia: ele libera vários
compostos nocivos que passivamente vão para a circulação sanguínea, alterando
funções metabólicas normais. O monóxido de carbono, por exemplo, um dos
principais resíduos, se liga rapidamente a hemoglobina, que deveria estar
ligada ao oxigênio, para cumprir sua função de oxigenação dos tecidos, função
vital para nosso organismo. O resultado
não poderia ser outro. Além da desvitalização orgânica, com inúmeros prejuízos,
relacionados ao envelhecimento precoce, divisão celular anormal (por ação
negativa no DNA), e problemas respiratórios de toda natureza.
Em
gestantes, provoca aumento nas taxas de abortamento, prematuridade, baixo peso
fetal, placenta previa, morte súbita do recém-nascido e aumento significativo
da morbimortalidade.
Em pessoas
da terceira-idade esta relacionado a problemas respiratórios crônicos,
problemas cardiovasculares, aumento da incidência de cânceres, envelhecimento
precoce, entre outros.
Não tenho
como pretensão mudar os hábitos enraizados dos tabagistas com este texto, ainda
que fortemente aconselhe meus pacientes a buscar os inúmeros recursos
oferecidos atualmente pela Medicina: psicoterapia cognitiva o uso de
antidepressivos específicos, adesivos de nicotina, acupuntura etc.
Apenas peço
que ao acender um cigarro, tenham a fineza de não prejudicar quem esta a sua
volta. Afinal, como diz Simone de Beauvoir: “O homem é livre; mas ele encontra
a lei na sua própria liberdade”.