Esta foi à
terceira despesca realizada na unidade prisional.
O Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão
das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, realizou, no último dia
12, mais uma doação de peixes criados por presos. Ao todo, 1,2 toneladas de
tilápias foram doadas para o Banco de Alimentos do município, que fará a
distribuição dos alimentos para instituições carentes.
Essa já é a
terceira despesca realizada na unidade prisional. A última foi realizada no mês
de abril e a primeira em fevereiro, ambas resultando na doação de uma tonelada
de peixes cada. O projeto, que teve início em julho de 2011, é fruto de uma
parceria entre a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), o Ministério da
Pesca e Aquicultura (MPA) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que
capacitou os presos em um curso de piscicultura. Nos treinamentos, os detentos
aprenderam como tratar os animais, qual ração utilizar em cada fase da vida,
como fazer a higienização do local e como realizar a correta retirada dos
peixes.
Segundo a
unidade prisional, mais dois tanques com 1,5 toneladas de peixes já estão sendo
tratados. A previsão é de que a próxima despesca seja feita em dois meses.
Expansão
O professor
do curso de Veterinária da UFMG, Edgar de Alencar Teixeira, participou da
solenidade de despesca junto com o superintendente federal do Ministério da
Pesca e Aquicultura em Minas Gerais, Wagner Benevides. Segundo ele, que tem
acompanhado de perto os trabalhos, a intenção do Ministério da Pesca é expandir
a iniciativa para outras unidades prisionais mineiras.
Pela Subsecretaria
de Administração Prisional (Suapi), estiveram presentes a assessora da
Superintendência de Atendimento ao Preso (Sape), Clélia Alzira Maciel, a
representante da Diretoria de Trabalho e Produção, Mariana Ribeiro Queiroz, e o
representante da Diretoria de Ensino e Profissionalização, Marco Aurélio
Ripoli.
Segundo
Clélia Maciel, a Suapi já visitou várias unidades prisionais junto com
representantes do Ministério da Pesca e Aquicultura, a fim de avaliar a
possibilidade de implantação do projeto. “O Ministério avaliou algumas lagoas
e, neste momento, estamos aguardando os resultados dos exames laboratoriais de
análise de água para ver a viabilidade da criação de peixes em outras
unidades”, explica.
Já
receberam a visita a Penitenciária de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri; a
Penitenciária de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce; a Penitenciária
José Maria Alkimin e o Presídio Feminino José Abranches Gonçalves, em Ribeirão
das Neves; e, no começo desta semana, o Complexo Penitenciário de Ponte Nova,
na Zona da Mata.
De acordo
com Clélia Alzira Maciel, tanto o Ministério da Pesca quanto a UFMG estão
bastante envolvidos com o projeto e felizes com a produção dos detentos. Além
disso, a iniciativa tem se revelado uma importante ferramenta de ressocialização.
“Um dos presos que foi capacitado no curso de piscicultura recebeu alvará de
soltura e, agora, está trabalhando com criação de peixes no sítio de um
parente, no interior do Estado”, conta.
Trabalho
Atualmente,
oito presos estão envolvidos na criação de peixes no Presídio Antônio Dutra
Ladeira. Pelo trabalho, eles recebem redução de pena: a cada três dias
trabalhados, um dia a menos na sentença a ser cumprida. Em todo o Estado, são
cerca de 12 mil detentos realizando atividades laborativas nas mais diversas
atividades, incluindo construção civil, limpeza urbana, artesanato, dentre
outros.