quarta-feira, 21 de março de 2012

POLÍTICA MINEIRA: SENADOR CLÉSIO ANDRADE ENTRA NO PMDB

"Sou um soldado do partido, estou à disposição para o que o partido entender para mim, inclusive não ser candidato".

De olho na disputa pelo governo de Minas Gerais em 2014, o senador Clésio Andrade (foto), ex-PR, assinou no ultimo dia19, sua ficha de filiação ao PMDB mineiro.

Com discurso voltado aos "interesses de Minas" em Brasília, o senador diz que o Estado só vai alcançar os pleitos que reivindica da União se tiver uma gestão estadual afinada com o governo Dilma Rousseff.

Questionado se é candidato ao governo mineiro, afirmou: "Sou um soldado do partido, estou à disposição para o que o partido entender para mim, inclusive não ser candidato".

Clésio é empresário e preside a CNT (Confederação Nacional do Transporte). Em 2006, escolhido suplente de senador na aliança que reelegeu governador o hoje senador Aécio Neves (PSDB), declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 5 milhões.

Para levar ao ato de filiação na Assembléia Legislativa de Minas a cúpula nacional do PMDB, Clésio fretou dois jatinhos, segundo a assessoria do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB).

A entrada do senador no PMDB o afasta do PSDB de Aécio, de quem foi vice-governador de 2003 a 2006. Na ocasião, era filiado ao DEM.

Em 2006, foi inscrito como suplente de senador na aliança que reelegeu Aécio. Ele já estava filiado ao PL (atual PR).

Na última eleição, porém, não apoiou o candidato vitorioso ao governo de Minas, Antonio Anastasia (PSDB). Esteve ao lado do candidato “derrotadíssimo” Hélio Costa (PMDB), motivo de ter ficado isolado dentro do PR.


Com a morte do senador Eliseu Resende (DEM) (foto), em janeiro de 2011, Clésio assumiu a vaga no Senado e foi ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedir autorização para mudar de partido. Alegou estar "constrangido" de continuar no PR e teve o pedido acatado.

VALERIODUTO

Clésio é um dos denunciados pela Procuradoria Geral da República sob acusação de participar de suposto esquema de caixa dois na campanha de 1998 do então governador tucano Eduardo Azeredo (foto). Ele era candidato a vice-governador. Na ocasião, seu partido era o PFL.

O suposto esquema seria operado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza (foto), de quem Clésio foi sócio na agência SMPB. Valério também é suspeito de operar o mensalão do PT.

Por ter foro privilegiado, Clésio responde ao processo no STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo a denúncia, teria havido desvio de recursos públicos e de doações privadas irregulares para a campanha. Clésio sempre negou participação.